"O Conde de Monte Cristo"
"O Conde de Monte
Cristo" é uma das mais belas obras de Alexandre Dumas, o mesmo autor de
"Os três mosqueteiros". O livro, escrito em 1845 e ambientado na
França, narra a história de Edmond Dantès, um rapaz inocente, vítima de uma traição,
que passa anos na prisão arquitetando sua vingança. Apesar de levar uma vida
simples, Edmond era feliz com o pouco que tinha: o pai, o trabalho e o amor. O
jovem oficial da marinha era honesto, sincero e apaixonado por sua noiva,
Mercedes. Sua ingenuidade fez com que se tornasse uma presa fácil nas mãos de
Fernand, Danglars e Villefort, que revelaram-se grandes inimigos. Com um plano
muito bem articulado, usaram de todos os artifícios para jogá-lo na prisão.
Dantès amargou longos anos no temido Castelo de If, considerado a maior
fortaleza existente na época. Com o passar do tempo, assustado com o curso que
sua vida tomou, abandona tudo que sempre acreditou sobre o que é certo e
errado, e se consome em pensamentos de vingança contra aqueles que o traíram.
Penou quinze anos no cárcere, em companhia do abade Faria, que logo tornou-se
um grande amigo. Com ele, Dantès aprendeu diversas artes e línguas, e ainda
recebeu de suas mãos um mapa de um tesouro escondido na Ilha de Monte Cristo.
Depois de várias tentativas, o jovem consegue escapar da prisão e ir de
encontro a imensa fortuna que o abade lhe apontara. Assim, transformou-se no
misterioso e riquíssimo Conde de Monte Cristo, disposto a tudo para vingar-se
daqueles que roubaram sua vida, seus sonhos e sua juventude. Ao voltar para seu
mundo, Dantès faz inúmeras descobertas. Muitas vezes, pensa em desistir da
vingança e render-se ao perdão. Em outras, age com uma astúcia cruel, se
envolvendo com a nobreza francesa e destruindo sistematicamente os homens que o
manipularam e o aprisionaram. Suas atitudes e emoções contraditórias geram uma
série de questões éticas, incentivando o leitor a julgar e, até, condenar suas
ações. "O Conde de Monte Cristo" é um verdadeiro tratado sobre as
relações humanas. O livro mostra até onde um homem é capaz de ir para alcançar
seus objetivos, sejam eles bons ou maus, justos ou não. Compartilhamos toda a
dor do personagem mas, em alguns momentos, nos indignamos com suas ações. O
livro sofreu várias adaptações para o cinema, porém a mais recente é a versão
americana de 2002, dirigida por Kevin Reynolds. Além da bela história de
Alexandre Dumas, o filme traz a brilhante atuação do ator Jim Caviezel, vivendo
na pele toda a trajetória de Edmond Dantès. Dentre todas as lições que
aprendemos com o livro, existe uma que contém toda a essência desta obra. Dumas
nos revela que "só os que padecem um extremo infortúnio estão aptos a
usufruir uma extrema felicidade", e nos deixa a esperança de que dias
melhores sempre virão.